quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

poema triste...



olho p'la janela a escuridão circundante
que ameaça aceder ao avanço do dia
e este poema torna-se meu amante
o que horas antes impossível parecia

começa a noite triste a esfeapar-se
sem véus púrpura ou dourados
começam as estrelas a esgueirar-se
sobrevivem meus sonhos calados

dança a folha uma delicada dança
uma valsa sobre uma poça de água
mantenho-me viva m' alma descansa
no milagre de estar viva esqueço mágoa

fiquei à espera do crepúsculo esta tarde
com a ânsia duma criança que espera
só o poema ri desta minha ansiedade
como a dizer-me: quem espera desespera

escapa- me  murmúrio de compreensão
dirijo-me a ele com um olhar sombrio
e assim escrevo mergulhada na confusão
e a vida acossante... tem-nos por um fio

natalia nuno
rosafogo



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