terça-feira, 27 de outubro de 2015

sem hora de aviso...




A saudade surge
sem hora de aviso
e deixa em mim aquele jeito distante
acena-me com um sorriso
e eu escuto-a como quem escuta
o mar num búzio,
ouço sua voz enrouquecida
a lembrar-me momentos de despedida
a apertar-me o peito...

tudo ficou para trás, é agora
a saudade cada vez mais esbatida.

Trago um grito na garganta
e a vida vai-se cumprindo,
a saudade hera que me cobre como manta
enorme de comunhão e utopias
tristezas e alegrias, e solidão sem fim
e eu sentindo
o tempo a chegar ao fim...

Na mente uma certa desarrumação,
no coração esta saudade tão fina
a lembrar-me as manhãs floridas
de quando era menina...
coisas pequeninas, a colorir-me
a vida, nesta escadaria cinzenta
neste destino sem prazo
só a saudade me acalenta
e ao meu sonho dá aso...


natalia nuno
rosafogo
Algarve, 11/04/2014




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