sábado, 23 de junho de 2012

FLOR DA BEIRA RIO



Pés descalços
na água clara do rio
Pássaro em liberdade
Hoje perante o vazio,
recordo-te com saudade.

Às vezes a memória já se apaga
E tudo parece perdido
Mas ao olhar o céu o sol me afaga!
Abro os braços de novo à vida,
Mesmo de esperança poída
Agradeço a Deus p'lo tempo vivido.

E o rio lá em pleno alvorocer
e eu menina debaixo do salgueiro
Meus olhos marejantes a quererem ver
a face da madrugada e o seu cheiro.
E o rio a soluçar passa
De alma gémea, tão gémea da minha!
Menina plena de graça...
Da alegria que outrora tinha.

Esta lembrança tardia
É algo que se sente e não se explica
Semelhante a quem canta ou chora
dia a dia
Doces risos ou lágrimas que a alma
purifica.

natalia nuno
rosafogo
imagem da net

sexta-feira, 22 de junho de 2012

POETA PETALA
















Olá Natália.

Palavras talhadas a fogo
Em campos beijando flores
Trazendo á mistura o denodo
Dos belos cantos de amores.

Nesta contida liberdade
Cantada com a voz serena
São Espartilhos de saudade
De tempos que deixam pena

Planta que tem boas raízes
E foi sempre bem regada
Pode apresentar cicatrizes
Mas mostra que é amada!

Beijo
1 de Junho de 2012 12:56

Mais uma poesia que me é dedicada, pelo amigo
PETALA, a quem agradeço de coração.

ENCANTO












Olá Natália



Cantos de rara beleza
Cheios de sofreguidão
Que denotam a certeza
A vida que trazes na mão!

Quem a vida sabe viver
Por ela amou e foi amada
Não se deixará remeter
A uma porta fechada!

A vida é sempre esperança
Nunca a deixamos em vão
E nesse coração ainda dança
O polar de música no coração!

Beijo
22 de Junho de 2012 02:16

Uma forma que encontro de puder agradecer ao amigo
PÉTALA,  tão bela poesia que me deixa em comentário.

Muito obrigada pelo apreço.

A VIAGEM





















Acende-se uma esperança em mim
Amo a vida sinto-me imortal
Olho as flores tão frescas e por fim
até o vento me canta
A beleza do voo do rouxinol
me encanta.
Hoje a perfeição da vida é tal
Que a ideia da morte é remota!
Esqueço qualquer sonho sombrio
As árvores estremecem
e a vida em mim brota.

Sigo com o olhar o navio
as gaivotas e o azul do mar
Neste morno entardecer
Lanço os anos ao esquecimento
sem um lamento
Surda e indiferente, magoadas
horas vou esquecer.
E os instantes de júbilo ou pesar
Deito-os ao leito tranquilo do mar.

E me entrego ao sonho em liberdade
Tal como em criança de quem trago
saudade.
O último raio de sol me cobre de felicidade.
Deixo que deslizem as horas
Nas emaranhadas ideias
Enquanto pulsante segue o sangue
em minhas veias.

natalia nuno
rosafogo
imagem da net

quinta-feira, 21 de junho de 2012

QUEM MORREU?



Levantam-se os ciprestes
Quem foi que morreu?
E aos ventos agrestes
Minha alma grita...aflita
Não fui eu!

Há sempre um sinal de desalento
A cada noite ao adormecer
Os olhos se apagam de fadiga
É o tempo que está a morrer.
Já a solidão tudo esfria
O tempo tudo corrói
Só ao sonho suplico companhia
Enquanto há um pouco de luz
na queda que dói.
Sobre o campo adormecido
há um escuro que se amontoa
estou-o vivendo, por mais que doa.
Nas horas da vida há ondas alterosas
e espumas furiosas.
E meu rosto olha o sol que se apagou,
meu barco ainda assim não  naufragou...
Resta um tempo que me destrói,
mas ao mesmo tempo me realiza
Caminho onde chego... e a vida
se suaviza.

natalia nuno
rosafogo