As aves andam aos pares
Há silvados floridos
Bagos de ouro nos lagares
Na hora de me entregares
Peço-te vida...não me negues
os sentidos.
Sou um solitário que avança
Caminho entre ontem e amanhã
Levo comigo na lembrança
Meu corpo de criança
cheirando a hortelã.
P'lo caminho levo sequidão
Mas a vida ainda me estende a mão.
Vida feita de sede e nascente
terra arada duramente,
com profundas cicatrizes.
Vivi sonhei...
E tive dias de felicidade,
com mel de amor...felizes!
Outra vez! Outra vez! Óh... a saudade!
Do ar fresco da madrugada
Águas brilhando com a luz alva
Enquanto o rouxinol cantava
Depenicando uma malva.
Malvasia por toda a parte
Violetas pelo carreiro
Como não hei-de lembrar-te
Se o teu aroma é meu cheiro.
E o sol a cegar-.me
A ferir-me o coração
Cada minuto era uma eternidade
Hoje a saudade a calar-me
Mas a memória ainda me dá a mão.
Me deslumbra a lua cheia
Fonte que me mata a sede
volta e meia.
Outra vez! Outra vez! Óh... a saudade!
rosafogo
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