terça-feira, 7 de junho de 2011

O LIVRO ENTREABERTO



O livro entreaberto, meu olhar perdido
Folheio o livro sem me deter numa linha
Esforço inútil sem sentido
Culpa do livro, ou culpa minha.
Escuto o sussurro do vento
Que por entre as arvores suspira
E a escuridão é envolvente
Do rio ouço o lamento
A solidão
O ar pesado que se respira
E a Lua bruxuleia olhando a gente.

Tudo o resto é imaginação
Não há outra saída
Anda dorido o coração
E as palavras ficam-se na garganta
contraída.
Adensam-se nuvens negras,
o ecoar do trovão
Diante de meus olhos assombrados
O resto é imaginação!
E pensamentos atordoados.

É noite, não sei se em mim,
ou lá fora!
E o meu olhar perdido
O livro entreaberto
Chega a hora
sem que tenha percebido
Fico a sós, a noite é um mistério por perto.

Quando era jovem falava com as estrelas
Como queria perpetuar
tudo o  que na memória ficou!
Não tinha com quem falar, falava com elas!
A menina que o vento os cabelos soltou
A menina que o vento embalou
Hoje, não a prende a leitura!
Põe um sorriso no seu rosto de criança
Nasce de novo nela a ternura
E se comove com a lembrança.

natalia nuno
rosafogo

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