terça-feira, 19 de abril de 2011

MIL VEZES SAUDOSA



As mimoseiras se oferecem ao vento
O milheiral é varrido pela brisa
O campo é amarelo e lilás
O meu pensamento
A vida ajuíza
O labirinto das memórias, procurando
paz.
As árvores segredam ao vento
Os segredos da sua floração
E em segredo no meu pensamento
Rememoro amores do meu coração.

O orvalho deixa no caminho um brilho
Sobre as rosas, e seu enredo
Vou prosseguindo meu trilho
Andarilho, a medo.
Há um pássaro riscando o céu
Deixando o eco do seu piar
E no coração que é meu
Este constante agitar.

É como uma brasa que se acende
Na memória a infância é coisa abstracta
É frémito no meu coração que sente
E a saudade mata.

Este tempo a vincar-me os traços
A trair-me os passos
A trair-me a memória
Na busca de lembranças queridas
Vai longe o tempo de glória
e das lembranças estremecidas.

natalia nuno
rosafogo

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