sexta-feira, 25 de março de 2011

INIGMA DE VIVER



Este enigma de viver
Esta vida feita em pedaços
Este rio sempre a correr
Este apavorar dos passos.
Um olhar que se defronta
Uma sombra no espelho
Verdade que me põe tonta
Desvalia dum tempo velho.

O tempo o trago guardado
Num tesouro escondido
O medo enfrentado
Do não se sabe,
medo instintivo.

Este enigma de viver
O susto de estar, do pode ser
Dum dia que pode ser o fim,
Dum futuro e passado, dentro de mim.

A vida foge do território de mim
Deixa-me solitário faroleiro
Sabidamente procura o fim
O momento derradeiro
Onde me sinto submersa
Invadida p'la torrente
O que foi tempo de remanso
Leva agora pressa
Na corrida me canso.

Chego ao fim do curso
Onde não há retorno ou refluxo.

natalia nuno
rosafogo

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