às vezes as pequenas coisas são a nossa salvação, quando a memória dos dias é quase nada e a vida nos arrebata o pouco que já temos, persistimos na beleza dum simples poema, de olharmos os narcisos de amarelo dourado, das lembranças dum primeiro amor, dum sorriso aberto, é o ter por perto motivos válidos para continuar o caminho...quando persentimos que tudo se converte num tempo obscuro, quando enfrentamos a solidão e o silêncio, ficamos surpreendidos e mudos, como um vento adormecido, parece já nada fazer sentido, mas se a memória lembrar ainda o riso das águas, o voejar dos pássaros cheio de graça, o tocar as flores com as mãos, basta, para que o sonho ainda grite, para que a vida não nos asfixie de vez...

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