pouco resta da viagem
olvido a mala aberta,
sento ao lado da bagagem
e a dor em mim aperta
tanta vida!
não restou quase nada
caio na realidade
apesar de tudo,
restou esta saudade,
e este silêncio mudo.
arrumei ideias
e recordações
que trouxe da juventude,
e tantas ilusões
que arrumo amiúde
até pedaços de instantes
que para mim, tanto significaram
oásis, estrelas brilhantes
do amor que nossos corpos
festejaram.
depois de tudo arrumado
talvez seja agora a hora
de esquecer o passado
não se passa absolutamente nada
apenas eu,
- vou morrendo claramente!
num sussurro inquieto,
ressoa-me na mente,
o vento a agitar
o recordar, de quando era flor,
prestes a desabrochar.
natalia nuno
rosafogo