sábado, 17 de fevereiro de 2024

folhas caídas...

 



trago no olhar estrelas distantes
no corpo remotíssima fragrância
a memória se esfuma por instantes
sonhos tranquilos em abundância

mas não me vou fico-me por aqui
soando por entre os meus versos
tudo ficou remoto, tudo que vivi!
são folhas caídas, sonhos dispersos

seres sem alma, essas folhas caídas
horas que choram, cansados papéis
e as palavras no poema embutidas
«fiquem-se os dedos, vão-se os anéis»

quem sente o esquecimento, severa
desgraça, dia a dia apertando a mente
encerra-nos na velhice, fica-se à espera
como casa destruída, silêncio somente,

natalia nuno





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