é tempo da giesta
e da sálvia aveludada
de folha delicada, no ar
aroma a lavanda e a jasmim
e o grilo rouco
poisa no alecrim
na aldeia telhados vermelhos
casas de poucas janelas
mas vê-se por elas
o fio do horizonte
o rio e a ponte
e ao longe a terra arada
pelo fim de tarde
na minha aldeia amada
tocam as trindades,
a lembrar de quem a gente
sente saudades
perto da noite
juntam-se os pássaros cansados
e eu neste jeito velho de ser
trago sonhos apaziguados
os aromas que o ar sustém
fazem-me reviver
quero para sempre viver
e deter
o tempo fugitivo.
enquanto o céu da minha vida
decidir entreabrir-me a porta,
vou começar novamente
amanhã tudo será diferente.
natalia nuno
rosafogo