quinta-feira, 30 de novembro de 2023

quimera...



hoje escrevo versos de silêncio
calados cá dentro do peito 
cinzentos como a neblina do dia
vou amaciando-os ao meu jeito
nesta luz de outono
gritantes de nostalgia
que se despenha no meu corpo

desistem de mim as forças
o tempo flui e não pára
preciso de sol que me encandeie a pele
acariciando-me como doce mel

a vida é um barco de lenços acenando
que na fúria deste mar vai partindo
já pouco há que celebrar
a viagem findou
e eu com ela findo

na memória aprisionei o céu de Setembro
e o pôr do sol ao fim do dia
para ver se sempre me lembro
e se a memória não se extravia

a quimera nunca mais quis ser quimera
e eu sonho chegar à próxima Primavera

natalia nuno
rosafogo
imagem pinterest






1 comentário:

  1. Boa tarde de paz, querida amiga Natália!
    Eu também preciso de sol para acariciar minha pele dourada.
    Vamos vivendo ou aguardando a Primavera no coração.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos com carinho fraterno

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