as minhas mãos bocejam sem
remédio,
até meus olhos me mentem
mostrando fadiga,
ou será tédio?
escuto a sede do minha mente
martelando incessantemente
olho-me ao espelho com
descrença,
o mundo envelheceu
e também eu!
estou entre o desejo e o nada
talvez seja negação,
sinto a ponta da agulha gelada
caindo... no coração?!
há um rumor triste neste quarto
que é meu mundo envelhecido
o tempo corre e eu dele me aparto
pressinto as cores escuras do Outono
chuva de folhas como o passado
vivido...
como papoila golpeada pelo vento
assim vulnerado, trago meu alento.
natalia nuno
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