terça-feira, 4 de outubro de 2022

amar é sempre ...



abandono-me em ti
saio do meu casulo
no teu peito eu me deito
és o porto onde me acosto
contigo a  vida regulo
sem ti, eu morro, aposto!

cansei da palavra
trago a memória escura
sinto falta de ternura
porque o amor é o lar
dentro do peito
partilho contigo este amor
que é feito,
de sonho e é tesouro
que é ouro,
dentro do meu peito.

é canção de embalar
a mais nada se assemelha
é sonho se me vens beijar
canção doce  e velha.

amar é a flor em nós a perdurar.

natalia nuno
rosafogo
02/2004
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versos de solidão...


estes versos meus
são feitos de frágeis lágrimas
e a garganta seca dum tempo sem conta,
é tal o ardor, que os crio com saudade
e amor.
minha alma anda rente ao chão
perante a poesia e a morte,
crio poemas, de saudade e solidão
e espero que o tempo passe
fogem-me as palavras, vivo neste impasse
nem sei se o poema espera
ou desespera, segue-me submisso
no caminho traçado,
vivemos o mesmo feitiço, o mesmo fado.
estamos no caminho da subida
é tempo de partida...
sento-me no cadeirão 
chegam horas lentas, de solidão definitiva
orfã deste instante
já não sei se o tempo que me ensombra o olhar
me tem morta ou viva

quando as palavras perderem o sentido
e a escuridão em nós se acender
não será já, tempo de viver,
então o poema e o poeta ficarão no esquecido
restará repleta  solidão,
em mim  a vida calará
e jamais de mim ou do poema
alguém lembrará!

natalia nuno
rosafogo
imagem pinterest