presa na garganta do tempo
onde as vielas são estreitinhas,
e a morte está à minha espreita,
só as certezas são minhas
a vida nunca foi perfeita.
e a noite que não acaba!?
e a última esperança que desaba.
a dor em crescente a germinar
é tempestade que é glaciar.
difícil é o aguentar das horas vazias
da solidão que enche a mente e o coração.
já não importa o tacto das flores
nem o riso da água
importa sim esta mágoa!
que desfaz o coração
sem que nada entenda,
surge o frio da vida,
a fadiga,
deste tempo sem emenda,
e eu, tão perto de mim e tão perdida,
nesta estranha imobilidade
presa entre as paredes da vida
apenas ouvindo o eco da saudade.
meu corpo já sem sono
corpo de séculos, esquecido,
grita o coração ao abandono
em oscilante ondulação...perdido!
natalia nuno
rosafogo