sábado, 23 de julho de 2022

saudade que amanhece...




há luas que nos entram casa fora
nas noites em que a gente quer amar
abre-se a janela àquela hora
descobrem-nos nus, os raios de luar,
e eu fico a pensar?!
tantas noites demoradamente doces
- como é bom recordar!
há ruídos que nos afagam
para lá do tempo, nem sabemos de onde
já todas as luzes se apagam
é a hora a que o sol se esconde.
já não lembro que me dizias
nestas noites ao ouvido,
foram noites, foram dias
tantas como as rugas, que hoje
no rosto fazem sentido.
nas noites albergamos o nosso amor
éramos felizes e eu não sabia quanto,
lembro só do pudor
e mais tarde, como me atrevia tanto!
somos amantes consumidos na nossa 
própria fogueira 
e hoje entra p'la janela a tristeza
a saudade deita-se ali à nossa beira.
já não há luas nem raios de luar,
nem o ruído do nosso amar,
vagueia a saudade nos trilhos da memória
e traz-nos recordações das noites vivas
de glória...
tínhamos a vida toda para viver,
tudo o que nos resta são sonhos com sabor a luar,
são muitas as coisas que eu não sei dizer
o que sei da vida e da morte, 
é que uma passou a correr
e a outra está pra chegar...

natália nuno
rosafogo




4 comentários:

  1. Olá, querida amiga Natália!
    Ah! Que nos reste o luar a nos encantar o 💙!

    somos amantes consumidos na nossa
    própria fogueira

    Como é delicioso passar por aqui e ver uma poetisa de alma saciar sua sede de Amor poético e a nossa...
    Tenha um final de semana abençoado!
    Beijinhos 💐

    ResponderEliminar
  2. Poema lindíssimo que me fascinou ler. Muito bonito mesmo.
    .
    Feliz fim de semana.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

    ResponderEliminar
  3. Grata querida Roselia, desejo-te bom domingo.

    Beijinho

    ResponderEliminar
  4. Obrigada amigo Ricardo, bom domingo!

    meu abraço

    ResponderEliminar