sábado, 11 de dezembro de 2021

quimera...



encho meus dedos de leveza,
quando a natureza me abre os braços
cresce em mim a esperança,
esqueço os medos e dou mais uns passos,
sob o sol da tarde, há aves felizes
nas árvores nasceram mais uns rebentos
e mais um sonho nos meus pensamentos.
as palavras soltam-se e respiram,
volto ao ponto de partida
e o sonho se torna vida...
abro a porta ao poema com simplicidade
fecho os olhos, volto atrás ao passado
tão distante, onde ficou a felicidade,
que é agora saudade.

à esquina do vento, a menina
da minha recordação,
escoam-se noites e dias
e minha mente quase em vão,
o sol já declina para o poente, 
lembro a aldeia, por lá ficou a juventude
aldeia onde cresci e me fiz gente
fonte de milagres onde me refugio amiúde.

as palavras comovidas adormecem
no poema, enquanto mastigo sonhos,
de mim se esquecem
deixam-me perdida, os anos envelhecem
já não ouço a voz da quimera
e a solidão, à noite me saúda,
a natureza me dá força, tudo muda
hei-de alcançar ainda a primavera.

natalia nuno
rosafogo

6 comentários:

  1. Mais um poema deslumbrante, lindíssimo de ler.
    .
    Feliz fim-de-semana
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  2. Uma quimera que dispensa mais palavras. Soberba poesia! 😘🌹

    -
    Beijos- Bom fim de semana!

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  3. Soltar os pensamentos como se fossem pássaros que voam alto até perderem as sombras. Até que as palavras comovidas adormeçam no poema. Belíssimo!
    Continue a cuidar-se.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  4. Nem por um segundo duvido de que hás-de "alcançar de novo a Primavera", Natália! :)

    Feliz Natal e um bem melhor 2022!

    Abraço-te!

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  5. Obrigada a todos os amigos pelas palavras de apreço ao poema...Desejo-vos um Bom Natal. Um abraço desejando saúde e paz.

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  6. Excelente poema, gostei imenso.
    Continuação de boa semana.
    E um Feliz Natal.
    Beijo.

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