as palavras em silêncio, famintas de cada detalhe vão pousar na branca folha levadas pelo vento da memória em suave movimento, antes que o pensamento encalhe, e o meu sentir se torne instável, por vezes molham-me as pestanas, e tudo varrem da memória como se areia fosse...mas hoje a saudade é doce, e não há palavra que me distraia ou m' afecte, a solidão escorre-me pelos dedos e a a saudade afasta meus medos, dou mais um passo, enquanto as rugas vagueiam no meu rosto, e eu lembro aquele abraço, já tão longe ficou Agosto, surge o Outono como um mar da minha tristeza, e só há palavras feitas de pedras e urtigas, não me engane o dourado sol, já não sou um girassol, hoje não vou perder meu alento, a eterna Primavera andará em mim até hora tardia, enquanto durar meu dia...
natalia nuno
imagem pinteret
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