sexta-feira, 21 de maio de 2021

versos calados...



olho a linha do horizonte
ouço o lamento da tempestade
meus versos calados,
frios, na sua própria solidão
sussurram-me a saudade 
até à exaustão.
atravesso a ponte
ao ritmo lento da eternidade
e lembro que ainda estou aqui
não sei como será o amanhã,
tornei-me mestre na arte de sonhar
e o sonho sempre me fala de ti
nenhum outro sentimento
faz o amor ofuscar.
não suporto o tempo que passa
que cerra os punhos e ameaça
alheio ao nosso mal estar
trago-o no rosto
fala de mim e de ti
da saudade boa, que eu gosto!
a inundar de pássaros e amoras
este velho coração
e são a esperança do nosso chão.

natalia nuno
rosafogo
11/2005

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