a recordação dos trinados
traz-lhe à memória a inocência perdida
e a saudade morde-lhe as pálpebras
que choram pela menina esquecida
apaga-se o mundo, nos olhos
sonhos e promessas
emergindo do vazio, sonhos
daquilo que nunca conseguiu alcançar,
e que o coração já não quer escutar.
atravessa-lhe a pele um rio
um tremor os olhos sentem
e agora que a vida reduziu
as mãos afogadas em delírio,
não mentem.
já não é borboleta nem procura voar
percorre as sombras com serenidade
e mantém no coração ainda o latejar
cobre as manhãs de luz e de saudade
há nela ainda cheiros de aurora
das madrugadas que aos ombros traz
e silêncios onde só ela chora
e assim renova a alma sempre que é capaz.
natalia nuno
rosafogo
imagem pinterest
Sem comentários:
Enviar um comentário