já declina minha vontade
como declina o sol na minha janela
com arames presa a mim a saudade
que é tanta, que sou prisioneira dela,
quando penso em ti,
faz-se em mim eternidade.
os sonhos continuam a esperar em vão
o vento urde memórias, faz tremer meu coração
vai-me varrendo as ideias
enquanto a vida pula fora e me escapa
sou presa fácil nas suas teias.
aproxima-se a penumbra da janela
todas as minhas horas sem sentido
talvez aviste daqui a pouco uma estrela
e me alegre, por estrela já ter sido!
não sei porque me aflige a escuridão
talvez porque as sombras são tão tristes
vem o silêncio, e com ele a solidão
e nesta cegueira minha não esqueço
que existes!... morre a chama no meu olhar
esqueço a vida que como a hora vai passando,
sinto a saudade a apertar
feliz quem está na vida e vai sonhando.
fico inquieta na noite que chega agora
a vida anda à sorte de remos perdidos
dói-me o coração enquanto a alma chora
anda o sol e eu, ao acaso, por aí perdidos.
natalia nuno
rosafogo
Maravilhoso. Sublime encanto poético. Gostei muito de ler.
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Abraço poético.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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