sábado, 13 de fevereiro de 2021

estou sem um abraço...



o vento persegue o vento
e o sonho prepara-se para me perseguir
lá fora ouço um lamento
será a chuva a cair?
chora infinitamente,
um choro sem sentido
saudosamente
como quem chama p'la gente
fazendo eco ao nosso ouvido.
longo inverno, tempo eterno
de solidão sem abraços
raros os passos, não poder voar,
sono, abandono a eternizar, 
eternidade, paciência nesta hora
um pouco de felicidade
a vida me implora!
sou natureza morta
fechei a porta, a vida fechou-me
reduzido o espaço
estou sem um abraço
a vida parou-me...receio esta imobilidade
recomeçou a chover, trago da vida saudade
sou prisioneira, sem pena ter!
tempo ao tempo eu agora dou
vou atrás de mim, para ver até onde vou
mais ou menos viva, será que estou morta?
Não! Apenas  tranquei a porta.

natalia nuno
rosafogo
imagem pinterest

2 comentários:

  1. Apenas digo: " Poema divino"

    Feliz fim de semana
    .

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  2. Venho deixar-te o abraço possível, Natália!

    Perdi o norte à minha conta anterior, sem perceber muito bem como nem porquê...

    Também não consegui deixar umas palavras no teu poema "No Limbo do Esquecimento" por muito que tentasse, mas continuo a gostar muito da tua nostálgica poesia.

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