terça-feira, 26 de janeiro de 2021

rio prestes a chegar ao mar...




quem atravessa os tempos
traz a memória e a vida na mão,
um fio obscuro vai dobando o fim
no rosto os reflexos da noite
a nostalgia e o sono, sem saber
como adormecer...
a voz vai ficando rouca
há menos sonho e, a vontade
é pouca, nesta estrada solitária
houve manhãs esplendorosas
tardes sombrias
e noites mimosas
de exaltação, amor e alegrias.
como é penoso caminhar por 
ruas estreitas, espreitam as maleitas
tão próprias da idade,
transbordam os rios da minha saudade!

carregada de memórias, arrasto as horas
e o corpo cansado, de não saber 
como anoitecer sem sofrer...
q' fazer da distância se parti convencida,
criança, gaivota ofegante de vida,
sonhando com campos de lírios?
poderia ter sido diferente!
sigo pacientemente,
meu coração é porta aberta
onde pulsa esperança
e palavras que sobram, para poema
que não farei, eterno desafio,
lírico ver chegar ao mar... meu rio!

natalia nuno
rosafogo
imagem pinterest

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