as memórias do passado
são como filas de formigas, caminhando
em meu pensamento, que cansado,
as revive, as escreve e ao de leve,
as deixa em versos abandonados,
ignorados, e são o valor que me resta.
versos de recordações nascidos,
com odores de amor e saudade
salpicos de ternura, dados e sentidos,
outros ensombrados de temor e ansiedade.
no silêncio das minhas horas
a que não sei como escapar
e a memória vai ficando consumida
nesta magra liberdade.
para acalmar a ânsia
meus dedos vão dedilhando
palavras que ardem
e abandonando no papel em branco
tudo o que de mim sabem.
e a vida confiada aos dias
vai procurando a resposta
e tenta este tempo decifrar,
quando acabará a experiência da solidão,
quando pode o coração livremente pulsar
seguir caminho e amar com paixão?
cada instante é cercado de solidão
é noite, levantam-se as estrelas,
acendo velas, resta aceitar
as regras que nos encheram de abulia,
até a noite acabar, e voltar a ser dia.
natalia nuno
rosafogo
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