trago em mim com intensidade
o aroma da infância, da fragrância
das estevas e do alecrim
gosto dos mitos que envolvem a aldeia
trago ainda a alma cheia
aqui se desenrolou o começo da minha existência,
singelas eram as coisas aprendidas
no seio do povo
agora? nada de novo!
palavras se perdem no vazio das horas,
esquecem-se velhas sabedorias
da escola da vida. minhas alegrias,
ficaram a uma distância surda
há vozes que já não se ouvem
a vida é isto, tudo acaba, tudo muda.
nasci olhando-me na água
onde o céu crescia
e era bom o futuro que intuía
e hoje quando a noite entorna
a saudade,
deixo -me embriagar
da serra vem «o cheiro das estevas e da urze»
aroma que ninguém me pode tirar.
bela a memória do passado, caudal de tempo
que não ignoro
trago paisagens de luz no olhar
e de saudade às vezes eu choro.
natalia nuno
rosafogo
Poema intenso, profundo, sublime de ler.
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Bom fim-de-semana
Cumprimentos
Obrigada Ricardo, resto de boa tarde.
ResponderEliminarMeu abraço.