fiquei-me ali a uma esquina
a somar umas vagas horas
olhei-me era ainda menina
recordei brincos d'amoras
a manhã era de poesia
e eu brinquei até à tarde
fui menina neste dia
logo me veio a saudade
escrevi meu nome no chão
com uma pedrinha de giz
depois desenhei um coração
o que à terra tanto quis...
mais que sombra não era
mas tinha asas voei...
tinha os meus à minha espera
mas era sonho e chorei
meu nome já não é papoila
desfolhou-se por entre o trigo
nem menina e nem moçoila
sou mulher de tempo antigo
mas me lembro de ter sido
meus olhos se lembram bem
a menina dum tempo ido
entre o rio e a banda de além
e sempre que o sol sorrir
meu coração reaquecer
à minha memória há-de vir
o som do moinho a moer
encho as mãos de lirismo
elas que cantam e choram
há dias em que tanto cismo
que saudades não demoram
fico como ave lenta
sem vontade de voar
mas o coração acalenta
que um dia hei-de voltar
faço bravo meus versos
como Poeta amo a terra
trago-os aqui, ali, dispersos
já p'lo mundo andam na berra.
natalia nuno
rosafogo
imagem pinterest
Poeticamente deslumbrante.
ResponderEliminarCumprimentos
Grata amigo Ricardo.
ResponderEliminarDesejo boa noite ao amigo
meu abraço