terça-feira, 2 de junho de 2020

minha lavra...


Estava aqui a pensar, ou por outra, a falar com os meus botões, que preciso de umas palavras requintadas, palavras de classe, não preciso saber o significado, mas sem dúvida tenho que aprender algumas, é que as minhas palavras são palavras de trazer por casa, palavras simples, claras como a água dum ribeiro, palavras do dia a dia, pão pão, queijo queijo, palavras de pé descalço, mas de facto com meus cabelos já embranquecidos não tenho paciência para melhorar o vocabulário, ainda assim, lá terei que aprender uma meia dúzia dessas de sair à rua. Palavras bonitas e finas entre cruzam-se no meu sonho desde a minha infância, mas o sonho apoderou-se do tempo e da palavra, e eu, fiquei assim acertando as ideias, na esperança de como dizia ainda há pouco, aprender mais algumas. É que eu sou um poeta louco, sonhador, um visionário, um dia rindo, sem pranto e, logo no outro chorando...triunfadora a palavra em mim nasceu, foi o destino que me fadou, assim ela em mim cresceu...poeta  dizem que sou, será que avida me sagrou?!
Esta loucura é passageira, sou eu a tentar escrever prosa, mas já vi que não vai ser farta a minha lavra, um melro me segredou, que há sempre uma razão, para deixar abrir o coração.

natalia nuno
rosafogo
imagem pinterest
escrito em 2/2002

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