o rendilhado das ondas apagam com suavidade as marcas deixadas na areia, uma nuvem baixa perdida, o crepúsculo cai rapidamente, nem vivalma, apenas o vento a fustigar-lhe o rosto que o tempo impiedoso crivou de rugas à volta dos olhos e da boca, o pensamento baço, buscando sem saber porquê o que tem perante si e não crê...deixa-s
e passo a passo à mercê das lembranças, tantas canseiras encheram os anos de instantes que enraizaram na mente, deles cativa... sempre que a memória lhos aviva; cai nas malhas da saudade, sabendo que não há regresso, diante dela abre-se um caminho gélido e misterioso e essa ideia deixa-a confrangida, sente por intuição que é breve a vida, cada passo confirma o seu pressentimento, e é assustador o desalento...as emoções num apertado nó, a luz difusa do poente recorta-lhe o rosto e sente-se só, perdeu quase tudo de outrora, aos seus olhos surgia nesta hora nada mais que uma aparência...como que uma terra varrida pelos ventos... uma gaivota a vem saudar, amanhã a aurora vai voltar...desta vez será mais forte que uma haste de milho e não se deixará vergar pelo pensamento.
natalia nuno
http://flortriste1943.blogspot.pt/
escrito na Manta Rôta
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