quinta-feira, 30 de abril de 2020

falei-te...



falei-te do silêncio das pedras
do rumor do vento
das aves que chilreiam porque é primavera
falei-te da solidão, do lamento,
e dos sonhos que ficaram à espera
falei-te da água que me esfria
a face, e me fere a pele
falei-te do meu amor doce mel
por ti, noite e dia.

falei-te das nuvens negras
que me toldam o pensamento
da escuridão e do vento,
como castigo que habita
meu coração,
falei-te dos anos de ausência, da dor
que ainda em mim se precipita
como um mal maior,
falei-te da minha oculta ferida
existente na memória viva
de caminhar sozinha na vida,
dor, que com o tempo mais se aviva.

falei-te da ilusão de viver
tamanha sorte
da minha afeição por ti,
falei-te do meu medo perante a morte
da melancolia que senti e sinto,
quando o sonho não vem
quando forças o corpo não tem,
e a morte finto!
Falei-te deste amor que é sol poente
deste amor da gente...

- tudo o que meu coração sente!

natalia nuno


2 comentários:

  1. E o coração fala tanto e tens tanto de lindo a falar! bjs, chica

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  2. Boa tarde de esperança, querida amiga Natália!
    Quanto foi dito aqui num só poema!
    Da gosto ler palavras sentidas e não retidas.
    Tenha dias abençoados!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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