quinta-feira, 5 de março de 2020

Caio num sono leve,,,



Sem tão pouco dar por isso, desperta em mim sempre um desejo uma paixão profunda, que não sei como acalmar, o meu coração dá um pulo e lá estou eu com as pálpebras semicerradas a sonhar com a juventude como uma chama ardente e, há sempre uma força secreta e estranha que me traz aqui. Caio num sono leve e sonho, as cigarras já me chamam escondidas nas estevas e o sol cai a pique aquecendo a terra e fazendo dourar o trigo, sinto um perfume vindo de lá do campo que me acalma. Sou a única sobrevivente, a aldeia está deserta, alguém foi a sepultar, os outros foram acompanhar, não há partida sem dor, fica o coração feito ferida, o pensamento perdido, a vida perde o sentido mas o tempo, ajuda a a dor a sarar.
Sentindo a morte fica a vida mais azeda e maior a solidão, mas talvez Deus lhes conceda um pouco de compaixão, vou tentar esquecer, tenho medo da morte, não sei como não acordo do sonho!
Arrefeço, tremo como se morresse de frio, e sonho... sonho que a vida está por um fio, há sonhos de onde quero desertar.
Prefiro sonhar com as papoilas, com corpos incendiados fazendo amor, com as acácias na primavera em flor, com o meu vestido de chita batido p'lo vento, com o luar que alumia sem fim...trazendo-me o lamento da saudade de mim.

natalia nuno
rosafogo

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