terça-feira, 28 de janeiro de 2020

desci lá abaixo ao rio...





Desci lá abaixo ao rio...
Esperei que o sol caísse
E logo a solidão estatelou em meu peito
E o meu sangue triste me disse
Que fazer, se é este o teu jeito?
Desci lá abaixo ao rio
Senti a tarde ventosa
O vento passou vadio
Levando-me p'la mão, ansiosa...
Deito palavras ao vento,
que hoje sopra forte.
Vivo mais um dia sem lamento,
e vou repelindo a morte.
O som do açude a estalar nos ouvidos
Olho as águas brancas fugidias
E o rio manso, absorve-me os sentidos
E vê-lo?
É um regalo, no imaginário dos meus dias.
Talvez o relógio pare, sem horas, nem segundos
Me deixe a recordar o meu mundo,
entre mundos.
E vou tecendo meus sonhos a fio
Olhando o avental de minha mãe,
vendo-a lavar no rio,
cheia de sonhos também.
Bebo um trago de café de cevada
Passo os olhos p'la maciez do seu sorriso
E sonho...
Tenho tudo o que preciso.
rosafogo
natalia nuno

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