quinta-feira, 23 de maio de 2019

verdade que me desalenta...




dedos de solidão vão desafiando
recordações,  como um sopro de vida
permanente, e o coração sangrando
como se o  resto da vida, estivesse por Deus
esquecida...
dedos de solidão que abrem às memórias
passagem,
incendiando a saudade,
onde cai cega a impiedade
quando me lembra agora a minha imagem.

quanta mudança depois da última vez
que me vi
reconforta-me a esperança, olho atrás e
foi o tempo que me perseguiu ou eu o persegui?!
queixo-me de saudade em vão
agora todo o dia é já penoso
mas o meu coração é ainda corajoso
vou esquecer em vez de lembrar
«olhos que não vêem, coração não sente»
mas há alguma verdade que me desalenta
vejo-a ao me olhar, só o amor me contenta

às vezes, digo-me triste chorando
que o tempo se tornou um peso
creio que se está vingando
por eu andar sempre distraída
e agora ao ver-me caída,
traz até mim com doce fala, a saudade
e os meus dedos não me impedem
de lembrar, a que ficou no tempo a sonhar.

natália nuno
rosafogo
imagem da net