sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

a menina em mim...



murmura a noite e o vento
a memória leva-me ao esquecimento
de mim, fico ao relento,
e a solidão cresce às primeiras sombras
a vida que às vezes parece mansidão
noutros momentos se ensombra
insegura, pergunto-me como será
quem fiel me recordará
no tempo...
e, a memória procura
no tempo que se arrasta
a criança que em mim perdura
caindo cansada, do tempo prisioneira.
a noite cresce nos seus olhos
traz com ela um raminho de oliveira
e um sorriso de murta e jasmim
a menina que espanta o frio
quando a vida chega ao fim!
espanta ventos e o vazio
e os rouxinóis acorda em mim.

contente como só as crianças se atrevem
porque à vida nada pedem
e nada devem...

natalia nuno
rosafogo

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