segunda-feira, 4 de novembro de 2019

porquê?...



porquê então tudo o que sinto
dentro desta noite morta?
este vazio maldito
que me vem bater à porta
sussurro tão em surdina
o que a memória me traz
por inteiro...o cheiro do pão
e eu menina com as pestanas a arder
e no peito saudade a conter
o ar da noite está abafado
e eu morta por viver!

que toda a noite brilhem estrelas
que avisto por cima do pinheiro
serão a minha companhia
e na mesa aceso o candeeiro
enquanto não desponta o dia

nesta noite funesta
é um dó de alma
não poder sonhar
e tudo o que me resta
é este tempo velho desleixado
e os pensamentos num constante
vai e vem, e por recordar
já nada, nem ninguém.

natalia nuno
rosafogo





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