neste pedaço de céu que me cabe
sou estorninho que bate a asa
ao sabor da saudade
na verdade há sonhos dentro de mim
a amadurecer,
coisas simples que às vezes gosto de escrever
a minha arma é a palavra, palavra nua
com a nudez que me impressiona tanto
ora alegre, ora triste,
não pára de me causar espanto
vou batendo asa sobre o mar,
que a terra já fica para trás,
levo estes sonhos fantasiosos
e olhos para observar
tanto faz...levo a vida a estalar
e mil ideias a soçobrar!
o acaso coloca-me um sorriso triste
e eu já nem sei se existe
palavra para falar de vida
e deixo-me a reflectir como se ela
algum dia fosse nutrida,
desvio o vento, que altera meu caminho
e coloca minhas asas em desalinho
apresso-me a chegar algures
não sei eu e nem sabe ninguém onde,
talvez, nenhures, ou mais além
onde o coração se encha de perfume a flor
e eu encontre paz no meu interior
já avisto os azuis do arco-íris
reluzem já as estrelas, e logo a lua
amanhã voltarei a escrever a palavra nua
para veres e sentires que a vida, ainda pode florescer
natália nuno
rosafogo
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