na saudade onde me aconchego
as lembranças são moinhos de vento
a rodar sem parar
fico a sentir distante a primavera
e meu rio pronto a desaguar no mar
dum outro lugar
colho flores p'lo caminho
assento meu olhar no poente
numa fugaz eternidade me sinto gente,
gente que traz saudade
encharcada de sonho, esquecendo
a realidade,
lembranças que a cada dia se repetem
sentidas e distantes, num mar
de marés
a cantar em mim os verdes da infância
descalços os pés
e o olhar doce de criança.
quantos porquês ainda procuro
faço o caminho da foz à nascente
caminho de lembranças, os pés em chão duro
mas levo comigo o sol na mente
povoo a minha memória de laranjais floridos
e deixo-me na penumbra desses tempos saudosos
onde os sonhos eram desmedidos
e meus cabelos negros sedosos.
as horas se alongam, perdeu-se meu verão
é agora inverno de solidão
deserto na minha alma e silêncio pesado,
perdi o caminho, é agora de cinzento toldado
meus dedos são asas e estão de partida
levo a infância...e na memória uma vida.
minhas águas já se aquietam...
natália nuno
rosafogo
Olá Natália!
ResponderEliminarA verdadeira amizade
É um valioso tesouro
Não se compra, não se vende
Nem que seja, a peso d’Ouro!
Os caminhos da poesia fizeram com que nos cruzássemos nascendo daqui esta amizade tao límpida e frutuosa ao longo dos anos. Gostei dos teus poemas desde o primeiro instante desta descoberta. A tua forma muito peculiar de cantar a vida presente e passada é verdadeiramente fascinante. E sabes porquê? Porque não é poeta quem quer, mas sim quem tem a sensibilidade que lhe corre e escorre em todas as células do seu ser! Que a quietude não se apodere dos teus dedos, e muito menos da alma que lhes dá vida!
Beijinhos
Saudade dos tempos em que todos os sonhos pareciam alcançáveis.
ResponderEliminarPalavras sofridas num poema tão nostálgico e tão belo.
Bom fim de semana
Beijinhos
Maria
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Olá João
ResponderEliminarSomos de facto amigos há tanto, as tuas palavras me fazem bem, enquanto as minhas embora singelas tu aprecias e eu agradeço de coração. Às vezes fico pensando como é possível não nos conhecermos pessoalmente e no entanto para mim seres um amigo que eu sei sincero, gentil, sempre de palavra amiga e por isso me sinto privilegiada com tua amizade.
Peço desculpa de só comentar agora, porque tenho estado ausente, desejo-te óptimo fim de semana e tudo bom que és bem merecedor.
Um grande beijinho
Olá Maria
ResponderEliminarSem dúvida amiga, esses tempos que ficarão para sempre em nossas memórias e nos nossos corações, às vezes dou comigo a pensar que o tempo se enganou nas contas e que não é possível ter-me atraiçoado assim, e me tenha transformado nesta certeza que é quase o fim, mas a vida passa por todos nós como numa pena leve, há que aceitar, embora custe.
Ficaram as recordações nostálgicas................
Fica bem amiga, grata pela leitura e apreço.
um grande beijinho, tudo bom.