domingo, 17 de setembro de 2017

semeando palavras...



e estava ali de olhar longínquo
distante de si, a evadir-se
da máscara que os anos gravaram,
com o corpo sem esplendor a querer
encobrir-se...
e no sonho, um comboio de ideias...
na memória turva ainda aquele amor
aquele, que sempre lhe trouxe ansiedade
- sonho baldio o seu sem piedade
que insiste ser sua companhia,
dia após dia.

e estava ali escutando o vento
e as memórias lhe surgiam, não
sabia donde... quem sabe do infinito?!
e sem alento escutava o eco do seu
próprio grito...

e estava ali, escutava a alma errante
e comovida
perdendo a força e o rumo
distante de esperanças, envelhecida
desfeita como o orvalho da manhã
o fumo do fogo quase extinto
- alma que chora por dentro, enquanto o futuro
já perto, murmura,
tempo duro, desprovido de ternura
que o coração recolhe com dor
e tenta afogar num nó.

e estava ali lavrando versos com dó
de si mesma, memoriando os dias
tocando a estrela que ainda a encandeia
esquecendo o que a rodeia, desgastada
é tudo e é nada,
enquanto palavras semeia...


natalia nuno
rosafogo



2 comentários:

  1. Olá Natália

    Nada melhor que semear palavras, pois são a certeza que nunca se perderão. Ficarão no tempo e para além dele!

    Mulher de palavras e poemas, deixa-te neles voar, pois serão sempre estes temas, que farão tua alma vibrar!

    Nunca desistas das palavras e dos poemas!

    Tudo de bom para ti e os teus.

    Beijos

    ResponderEliminar
  2. Beijinho João, obrigada pela presença, gostei de saber que estás bem, tinha saudade de ler umas palavrinhas tuas agradeço-te muito trazes-me boas vibrações.

    Desejo continues sempre com essa boa disposição, saúde querido amigo.

    ResponderEliminar