domingo, 25 de outubro de 2015

a ver o dia morrer...



Vejo tudo tão distante
já nem lembro da feição
é como abolir da mente
e guardá-la para sempre
no coração.

Nem um sinal de alguém
só a imensidade do mar,
e a saudade que ninguém
quer, só eu posso aceitar.
Mais um ano, mais um dia
vergada ao peso todo.
E os sonhos? Na maioria
quebradas  utopias,
longa espera...
rosários desfiados
para aliviar os dias.

E voltam à minha ideia
os momentos de prazer
olho o mar, sentada na areia
nesta tarde quieta
a ver o dia morrer.

Esquecida da vida,
ouço o canto das ondas
sonhar é uma necessidade
sacode minha melancolia,
e desaperta a minha saudade

despeço-me do mar e da tarde
levo comigo o silêncio inteiro
e o persistente sonho onde
canta a primavera

e no esplendor do amanhã
serei andorinha à espera.

há em mim uma febre mendiga
que embacia minhas pupilas
onde uma lágrima se abriga
e me submerge de esquecimento



natalia nuno
rosafogo

Manta Rota, 12/04/2014





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