terça-feira, 30 de junho de 2015

poema triste...




não tenho mais memória
nem alento
tão perto de mim mesma  e
tão distante
com os olhos no esquecimento
numa incerteza sufocante
dentro de mim,
cresce um estremecimento
uma amargura constante
e cega
afogando-me num pranto
onde a solidão me pega.

sobrevivo por instinto
como uma labareda
que se nega a apagar
sobrevivo ao vendaval que se precipita
como o silêncio que corta o ar
como a folhagem que ferida grita
vai caindo, caindo sem parar
até ficar imóvel pelo chão
assim…assim está meu coração!
lentidão, vazio e sombra
contínuo esquecimento
sem mais memória...nem alento.


natália nuno

escrito na Fuseta
4/2015

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