palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
ave sem ramo...
andorinhas volteiam no azul do céu
os estorninhos abalam em debandada
olhar que em mim mudou, que fiz eu?
que pelo jugo do tempo fui apanhada
pensei eu que meu coração asas tinha
julguei-me feliz em doces encantos
viva, era a saudade que me mantinha
e sonhos eram mil... eram eles tantos!
trago agora cabelos de neve extrema
logo a vida envolta em névoa escura
se é a vontade de Deus...ela é suprema!
lá ficou para trás ... a tão florida idade
e tudo o tempo me trouxe, menos a cura,
apenas dos anos restam danos e saudade
natalia nuno
rosafogo
imagem ret. da net.
terça-feira, 14 de outubro de 2014
meus passos...
felicidade é como água que corre
de cheio e vazio, descida e subida
tudo à mercê do tempo vive e morre
mergulho num torvelinho de ideias
à mente os anos felizes descuidados
ainda ontem comigo, paredes meias
hoje fardos a cada dia mais pesados
num vôo como águia no céu planando
ou como uma pena levada pelo vento
entre dúvida e esperança vou acabando
meu sonho é vela já meia consumida...
na tremura dos dedos procuro alento
uma razão, raiz que me agarre à vida
natalia nuno
rosafogo
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
enlouquecida...
tal como uma criança que se inebria
eu sinto, sinto meu coração a bater!
o corpo se entrega à dança, rodopia
neste amor, quero deixar-me morrer
intacta, tão grande é minha saudade
tanto quanto o céu entre as estrelas...
jorra o sol bem no coração da tarde
pinta-me o rosto em sombrias aguarelas
sem tempo, sem limite e nem medida
meu temperamento é agora de paixão
olho o negro da noite... negro carvão
embebeda-me de promessas a vida
q' importa ter mais ou menos idade?
se sou Poeta e dou a mão à saudade.
natalia nuno
rosafogo
domingo, 12 de outubro de 2014
odor a jasmim... recordar o passado
são poucas as palavras por dizer
sinto-as imóveis na garganta
numa desolada hesitação
e o olhar vai-se a perder
esgota-se na imensa vastidão,
insegura é minha presença
os passos o vento arrasta
a saudade de ti é imensa
cerca-me a solidão...
refugio-me na noite silenciosa
sinto na pele a falta da tua mão
como uma orfã com medo
que cresce em mim e é obsessão.
o silêncio leva-me distante
enquanto a água me ensombra os olhos
deixa em mim a tua recordação
e aquele rio de amor...
odor a jasmim nas margens, é
ternura com que te abraças
ao meu corpo incendiado,
contemplo agora teu rosto
e sonho, com o sorriso nele derramado
prende-me o sonho colorido
por ele passam os dias da minha vida
perante meu olhar comovido
e a memória quase esquecida
natalia nuno
rosafogo