palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sexta-feira, 13 de julho de 2012
aquela mulher da aldeia
Aquela mulher da aldeia
já foi jovem e bonita
ainda agora não é feia!
O tempo trouxe a desdita.
Vejo-a com os olhos da alma
mas perguntas não lhe faço
vejo-a apressada, ora calma
Sigo-a com a memória e com o passo.
Aquela mulher da aldeia
já não é bonita, nem feia!
criou ilusões a rodo
sofreu de angústia e de tédio
envelheceu e hoje todo,
o seu sonho não tem remédio,
já foi jovem e bonita
aquela mulher da aldeia
O tempo trouxe a desdita
já não é bonita, nem feia!
Mil e uma noites sonhou
até que se esqueceu de si
envelheceu engordou
e raras vezes sorri!
tem medo que lhe calem a voz
tem medo até de pensar
às vezes é frágil casca de nós
com medo de a vida a abandonar,
não há dinheiro que pague
lembranças que à mente lhe vêem
nem há tempo que as apague,
nos seus sonhos se revêem,
todas as suas afeições,
não é bonita, nem feia
criou na vida ilusões
aquela mulher da aldeia.
Já não se parece nada
com o retrato da parede,
junto à sua fonte amada,
a matar a sua sede
há quem a ache mais bonita
àquela mulher da aldeia
mas para sua desdita?
Não é bonita, nem feia!
Hoje só arruma sonhos
gosta das coisas no lugar
os dias pra ela enfadonhos
deixa-se envelhecer,
embebecida a olhar o mar,
desconfia do futuro
diz que o céu será cinzento
seu olhar se torna duro
duro lhe fica o pensamento.
ainda uma ou outra vez
deixa entrar a claridade
com a memória dia a dia ,
mês após mês
aprisionada na saudade,
aquela mulher da aldeia
que já não é bonita, nem feia
tem ainda o subtil odor
duma seara de pão
e sempre...sempre, amor
no coração.
natalia nuno
rosafogo
imagem da net
poema de 2002
Olá Natália
ResponderEliminarPor entre caminhar de folhas caídas
Como quem conta passos andados
Por entre memórias ressurgidas
De felizes e belos tempos passados!
A aldeia tem encantamentos
Que a vida sempre acompanhará
Tudo o que mora nesses tempos
Nada nem ninguém os apagará!
O desfiar deste rosário
É um verdadeiro tesouro
Não existe nenhum armário
Capaz de guardar este ouro!
Aquela mulher da aldeia
Diz que não é bonita nem feia
Não sei onde foste buscar a ideia
Além de bela, tens alma cheia!
Aquela mulher da aldeia
Seu nome nela escreverá
Fez da vida uma odisseia
E dela sempre renascerá!
Aquela mulher da aldeia
Diz que não bonita nem feia
Mas não é assim que te vejo
Por isso te deixo, meu beijo!
Pétala
Obrigada querido amigo.
ResponderEliminarUm beijo desejando-te boas férias.