Nem a esperança incendeia já
a vida
Agora que tudo se distancia,
desvanecendo-se na lembrança
perdida...
A mente entrançada em alquimia.
Resgato a saudade do esquecimento,
da solidão derradeira.
Passos desolados... desalento!
Olhos pendurados
Sem eira nem beira.
A esperança é um grito no vazio
Perdido o sorriso, o olhar frio.
Mas é grato recordar
Puder do tempo o pulso apalpar
Não deixar o sonho quebrar
Suster a angústia , docemente respirar
Pois toda a vida foi apenas esperar.
Cruzam-se na memória momentos
partilhados
Meu pai, minha mãe calados,
da vida cansados...derrotados
de tanta canseira.
E eu os olhava, e, amava.
ali, sentada à sua beira.
Estranha é a vida, inquietante
passageira
Sei que nada posso...como tê los de novo
à minha beira.?!
O corpo se afunda a noite já desce
O tempo me acolhe, mas a memória
já esquece.
A esperança surge sem esplendor
Vou caindo, levantando,
desbravando em luta
contra o esquecimento.
A luz separa a noite do dia
E outro sonho já se anuncia.
Sonho que é meu abrigo e
a trave do meu pensamento.
Sonho inacabado...
natalia nuno
rosafogo
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