terça-feira, 13 de março de 2012

NO EXÍLIO DA MEMÓRIA.

















No mar alto da minha vida
Há um marulhar incessante
Que me deixa esquecida
Numa solidão gritante.
Minhas horas solitárias
 e fugidias
Povoadas de sombras
e agonias.

Mas as sombras se vão!
Foi apenas um sonho ruim,
agora tudo é leve.
Tudo floresce nos canteiros
secretos de mim.
Lembrei meu riso inundado
de pureza
Adormecido numa fotografia
Trazendo a mim a certeza
Que a vida já foi macia.
Se agora a vida definha
 desabrida
Semeando no meu corpo
sinais.
Deixando minha pele ressequida
Já me iluminou o coração
por demais.

Confesso que sonhei
E nada mais há para ser contado
Neste meu silêncio entardecido
Da saudade não falarei
Fechá-la-ei no coração a cadeado.
Já nada do que escrevo faz sentido.
E à medida do que esqueço
No exílio da memória adormeço.

Neste silêncio empedrenido,
nas palavras me aninho.
Sou como um menino perdido,
Ou pássaro sem ninho.

rosafogo
natalia nuno

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