palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
A ÚLTIMA ROSA
Morre a última rosa,
ou em seu aroma adormece.
Paga o tributo de ter sido formosa,
ninguém pergunte, o destino assim acontece.
O tempo tudo destrói
Resta o vazio à rosa que já não é carmim
Olhá-la dói!
Já não é seda nem cetim.
Vive do outro lado do cristal
Perdeu tudo e por fim a alegria
Já se vai a rosa com o temporal.
A rosa que foi flor um dia.
Acreditou que pra sempre tinha vindo
P'lo caminho sente o tédio
Mas seu sonhar ainda é infindo
No sonho encontra o remédio.
Recorda outras Primaveras
É passado, presente e futuro
E no compasso das esperas
Vai caindo no chão duro.
Já a luz do dia se declina
Abre passagem o esquecimento
Esquece até que foi menina
Pé descalço, cabelo ao vento.
Decai sobre ela o rancor
Já o tempo dela se abeira
No jardim já não é a flor
Não molha o pé na ribeira.
Mas insiste em estar ali!
Seu olhar é ouro derramado
Seu corpo é arvore aqui!
Morrer de pé é seu fado.
rosafogo
natalia nuno
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