palavras escritas com o coração, em qualquer verso está vazada a saudade poética que a memória canta. A fascinação pelo campo, o idílio das águas, a inquietação o sonho, a ternura o desencanto e a luz, toda uma bagagem poética donde sobressai o sentimento saudade... motivo predilecto da poeta. visite-me também em: http://flortriste1943.blogs.sapo.pt/
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
RASGO VERSOS UM A UM
Sobre noites profundas
Olhos sem pupilas, perdidos.
Adormecidos
por canções já apagadas,
lembranças,
nestas janelas fechadas.
A vida?
A vida é lenço branco a acenar
É uma oração sem esperança
É olhar para trás e recordar
E sentir-se eternamente criança.
É recolher no olhar
tudo o que não quer esquecer
Deixar o amor irromper
O sonho permanecer
Ter sede constante de viver.
Dizei-me o que fazer agora?
Às vezes o medo cresce, cresce
e as lágrimas surgem na hora
Enquanto o pranto desce
Me acode a esperança
e de novo volto a sentir-me criança.
Rasgo versos um a um
Fujo sem saber para onde
Feitos em pedaços a nenhum
quero ouvir,
nem o que neles se esconde.
O açoite do Outono
Ri e no meu corpo passa
Como folha de pinheiro ao abandono
Cai a minha vida
que é cada vez mais escassa.
O sossego me invade
Nesta noite profunda, aviva o fogo
da saudade.
Meu coração silencioso
Mas ateado nele um fogo
escuramente luminoso.
rosafogo
natalia nuno
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