quarta-feira, 29 de junho de 2011

RIO DA MINHA INFÃNCIA



Ó rio que tanto choras
Por entre pedregulhos e serras
Num delírio que faz as folhas tremer,
 saudade encerras
Vai, vai sem demoras
Que a saudade é o sopro do meu viver.

O Verão, vai escaldando o chão
Nas margens desperta o pintassilgo
Silêncio a resgatar meu coração,
e saudade da infância , levo comigo.

Já se vão os pássaros e seu arrulhar
Resta o odor molhado da terra fragante
O vento zunindo a ameaçar
E meu corpo vive palpitante
Esta felicidade que o inunda
E me leva a alma ao espaço
Numa profunda,
paz.
A que me abraço!

Jáz
O dia,
o sol já não incendeia, e a criança
olha o rio com esperança,
com alegria.
As arvores vão balouçando
As águas partindo
E eu pra mim mentindo
Que estou chegando...

Resta o murmurar da alma da saudade
As dores do meu peito
As lágrimas choradas
Esta paz fatigada, que não é de verdade
Já nada é perfeito!
Meus dias naus em ti ancoradas.
Onde estou?
Ò rio...ó rio
É como se o tempo me sepultasse!
Meu coração está vazio
Como o sangue nele parasse.
Quem sou...quem sou?

Não me conformo com o presente
Respiro assim vivo e penso
Mas meu coração sente
E cada vez mais me convenço
Que a vida é utopia.
Do ontem que esqueci!
Do amanhã que não vi.

Penso, com humilde sabedoria.
Que hoje vivo, hoje morro.

rosafogo
natalia nuno

GERÊS, 27/06/2011

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