quinta-feira, 9 de junho de 2011

ENREDADA NA SAUDADE



Trago a saudade ao meu cuidado
No interior do meu peito
E de tanto ter chorado
Passou meu tempo desfeito.
Tenho a saudade fechada
Nos poemas a vou cantando
E a tristeza anda calada
De alegria disfarçando.

Trago a saudade escondida
Num labirinto do coração
Às vezes parece ferida
Se me chega a solidão.
Cá dentro a sinto a crescer
Ora é fogo, ora é brandura
Faz-me a viagem esquecer
Prende-me à lembrança com ternura.

De mim parto, no tempo me perco
É ela sempre quem me afaga
Das memórias eu me cerco
E às vezes os olhos me alaga.
A saudade é meu abrigo
Não há modo de a enjeitar
Se às vezes se torna castigo
Outras me deixa a sonhar.

Ando sedenta de vontade
De voltar à meninice
Evado-me na saudade
É meu delírio, minha doidice.
E nem sequer vacilo ou resisto
Volto aos tempos de então
Não me afasto nem desisto
E é tanta a minha emoção!
Que importa a solidão?

rosafogo
natalia nuno

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