domingo, 1 de maio de 2011

NA MOLDURA DO SOL POSTO



Põe-se o sol mas não é noite ainda
A tarde vai levando o dia pela mão
Vaidosa se vestiu de dourado, linda!
Deixou meu olhar lembrando com emoção.

Nos derradeiros momentos deste olhar
Que sorveu tanta luz, o tempo parar.
Na moldura do sol posto
Lembrar, um sonho chamado infãncia
Os traços do rosto,
Agora esbatidos na distãncia
Ainda o verde terra nos olhos surgindo
E raios de Sol ainda a espreitar.
Na noite que vem vindo?!
Um sonho, um outro ainda sonhar.

Aconchegar-se às estrelas
Empoleirar-se em segredo,
na noite escura.
De palavras singelas,
o sonho afrontar de alma pura.
Rever-se ainda nesta moldura.

Porque o coração jamais olvida!?
Que a meninice o olhar guarde.
Para que não seja esquecida,
Os dez réis de gente.
Estrela perdida.
E a recorde sempre
No encanto d'outra tarde.

rosafogo

Dez réis de gente, me chamava com ternura minha
avó.

2 comentários:

  1. Amiga, esta poema trouxe-me as lágrimas aos olhos, recordando a minha infância tão distante e que, apesar de tudo, tantas saudades me deixou. Por aquilo que fiz e pelo que nunca consegui realizar...
    Um beijo

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  2. Oi Leonor, tanta saudade apesar da pobreza e tão poucos recursos, mas a infância a gente não esquece e nos dá saudade, eu me lembro muito a minha aldeia ainda hoje é o meu pedacinho de chão.
    Tal como tu se pidesse voltar atrás para tentar fazer alguma coisa mais, mas é tarde amuiga.

    Beijinho, fica bem

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