quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

BARCA PERDIDA












BARCA PERDIDA


Meu corpo é barco parado
Na margem dum  tempo gasto
Encobrindo todo um passado
Rasgou velas, dele me afasto.
Alma em delírio pisada
Desfraldada pelo vento
Nas mágoas enlodada
Suspira minha alma lamento.

Meu corpo é flor caída
P'lo sopro dum Outono louco
Definha, perdendo vida
Ofereceu-lhe a Vida tão pouco.
E sempre esta sede no coração
Na minha alma a indiferença
Cobre-a um manto de escuridão.
Na solidão uma dor imensa.

E quando o dia finda?
Quase morto meu corpo é criança
E é com doce afago que ainda
Se enche de ventura e esperança.
E a primavera perdida?
Ficou  longe é já saudade!
E essa barca desprevenida
Volta a ser eu de verdade.

natalia nuno
rosafogo

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