terça-feira, 21 de dezembro de 2010

TARDE QUIETA














TARDE QUIETA

Até o páasaro cessou o canto
Adormece na tarde quieta
No meu coração um silêncio agitado
Um desencanto
Que me aperta!
Meu pensamento perturbado.
Emoções reprimidas
Nos olhos uma ansia agreste
Deste Outono de tardes esquecidas
No restolhar das ideias, nenhuma que preste.

Tenho nas mãos o vento
No coração uma alegria inusitada,
da solidão retirada
Meu corpo, casa abandonada
No meio do desalento,
um triste contentamento,
pouco mais que nada.

Neste ritual diário
Desenboca meu olhar no vazio
Vou magicando a eternidade
O tempo como eu sombrio
E uma nostalgia profunda que me dá saudade.

Amargos anos calcorreando a vida
Encurtam  meus passos
Criança perdida
Sombra encolhida
Restam os traços.
Atravesso a tarde como um milagre
Nesta minha idade cansada!?
Uma chuva miúda me devolve a saudade
Deixo-me melancólica e ensimesmada..
Guardo as emoções no peito
Com a saudade me deito.

natalia nuno
rosafogo

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